O homem de hoje tem muitas razões para se tornar cético e sem expectativas melhores quanto ao seu futuro – ou mesmo quanto, o que é muito pior, ao próprio presente. Este vazio pode ser muito perigoso, desastroso até, quando o homem num desespero total, associa este caos, ao abandono de Deus deste mundo, projetando o que há de pior no homem, falta de fé, no que há de melhor em Deus, o seu amor. Assim o homem não consegue crer no amor de Deus, ao olhar para o mundo ou para si mesmo. E consequentemente, se perde... e se mantém perdido, sem rumo. Ou numa linguagem bíblica: sem Deus e sem esperança no mundo.
Se o pecado é errar o alvo – para o homem pós-moderno, infelizmente, falta-lhe até mesmo, um alvo. Paulo, aos efésios, no capítulo dois, faz um retrato desse homem e mostra-o escravo ao afirmar: "Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira". Mas se a este homem falta até mesmo um alvo. Para Deus não, o próprio homem é o alvo de Deus. Nós somos o alvo do seu amor e de sua graça. Na continuação do capítulo 2 da carta aos efésios, o apóstolo legitima esse amor mostrando nossa posição em Cristo: "Mas Deus que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões".
O sofrimento humano e a bondade de Deus é tema recorrente na história do pensamento cristão. Muitos textos foram produzidos pelas mentes mais brilhantes da cristandade. Não é tema fácil para reflexão. A certeza que se tem, é que de alguma forma, cada um de nós já o experimentou. Nascemos sofrendo e morremos em sofrimento. As Escrituras descrevem de várias maneiras como o cristão deve olhar para as tragédias pessoais, nacionais e mundiais.O melhor de tudo é que fomos presenteados com a mente de Cristo, nesse processo cirúrgico de transformação espiritual. Com a mente de Cristo, vem o olhar de Cristo. O cristão é aquele que vive o presente com gratidão e adoração por um fato passado, a redenção pela cruz, e na expectativa de um futuro prometido, o Reino que virá. É importante e fundamental que o cristão tenha uma visão bem clara baseada na Palavra de Deus do presente paradoxo do Reino que já veio, e do Reino que virá. Que estamos vivendo um tempo intermediário, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo a esta Terra. Por isso, todo o sofrimento que passamos é fruto de duas realidades: o tempo intermediário e a rebeldia espiritual do homem, traduzida pela queda e suas conseqüências. Estes fatos acabam gerando uma verdadeira tensão entre o já e o ainda não; entre o objetivo e o subjetivo; entre o que já é e o que será. John Stott afirma que “para o cristianismo do Novo Testamento, é fundamental a perspectiva de que nós estamos vivendo “tempos intermediários” entre o passado e o futuro, entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, entre o que foi feito e o que resta por fazer, entre a realidade presente o destino futuro, entre o Reio que veio e o Reino que virá, entre o “já” e em relação a instauração do Reino e o ainda “não” em relação a sua consumação”. Somente a graça de Deus pode nos dar condições de equilíbrio e moderação para vivermos este período intermediários. O que prova o amor de Deus por nós, se coisas ruins acontecem? Há várias reflexões possíveis, porém, tenhamos a clareza de dois fatos irrefutáveis:
1. Deus não precisa provar, absolutamente, nada;2. Mesmo assim Ele provou.
“Deus deu prova do seu amor por nós: em que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores” Rom. 5.8
O Apóstolo Paulo faz quatro perguntas que nos ajudam a entender as provas e a certeza de que Deus nos ama. Dentre as quatro, a primeira é a revelação cabal e a prova intencional do grande amor com que Ele nos amou. "SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS?" Paulo apresenta então três razões pelas quais ele crê que Deus é por nós. São três verdadeiros motivos pelos quais você pode acreditar que Deus está do seu lado. Que você é o alvo preferencial do amor de Deus:
1. Deus não poupou o seu próprio Filho
2. Ele entregou o seu Filho por nós (desistiu dele)
3. Tendo dado o seu Filho, não nos dará todas as outras coisas?
Coisas ruins podem acontecer a pessoas boas e a pessoas más e ainda assim, o amor de Deus por nós se manterá como o é, imutável e real.
Pr. José Marcelo
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